Filadélfia (1993) De Jonathan Demme • A vitória da justiça está na superação dos preconceitos sociais
- João Gabriel Balbino
- 3 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Sinopse: Andrew Beckett (Tom Hanks), um advogado talentoso que esconde de seus colegas de trabalho o fato de ter AIDS e sua orientação sexual. Após ser demitido de forma repentina, Andrew acredita que a decisão foi motivada pela descoberta de sua condição pelos sócios da firma. Ele então contrata Joe Miller (Denzel Washington), um advogado inicialmente relutante, para representá-lo em uma ação judicial contra a firma por discriminação.

“Todos são iguais perante a lei.” Estas palavras são gravadas como princípios indispensáveis para um Estado de direito, irrevogáveis para uma nação que busca preservar a liberdade e indiscutíveis para a sociedade contemporânea. A desilusão acontece quando percebemos a dissonância entre o texto da lei e a realidade onde esses princípios deveriam ser firmados. No auge dos filmes de tribunal, Jonathan Demme dirige e roteiriza, juntamente com Ron Nyswaner, um dos melhores longas-metragens para se entender como a justiça deve ter como fundamento a luta contra todas as discriminações, dentro e fora das paredes de um tribunal."
“Filadélfia” é um marco na filmografia do diretor, sendo uma película ovacionada nos prêmios da época. Além disso, tornou-se um discurso na luta contra o preconceito à comunidade LGBT+ e também representou uma voz emergente no contexto social, que era a visibilidade das pessoas aidéticas. Na época, essas pessoas sofreram com a ocultação dos meios de comunicação, sendo vítimas do preconceito oriundo da desinformação sobre a doença. O longa se passa nos tribunais da Filadélfia. Andrew Beckett (Tom Hanks) é um brilhante advogado que ascende como sócio em uma empresa de sucesso. Andrew esconde de seus colegas de trabalho o fato de estar com AIDS, além de omitir sua sexualidade. Após uma repentina demissão, que Andrew acredita ter sido motivada pela descoberta de sua condição pelos sócios, ele contrata os serviços de
Joe Miller (Denzel Washington), que decide advogar para Andrew, colocando seu senso de justiça acima de sua intolerância.
“Filadélfia” exemplifica de maneira contundente a aplicação do princípio jurídico da igualdade perante a lei. A jornada de Andrew Beckett no filme ilustra a luta por justiça em um sistema que muitas vezes falha em proteger aqueles que se encontram em situações marginalizadas. A demissão de Andrew, baseada em preconceitos relacionados à sua doença e orientação sexual, destaca como a discriminação pode se manifestar de maneira insidiosa e devastadora. O filme, ao acompanhar a batalha legal de Andrew, expõe as falhas de uma sociedade que ainda necessita evoluir para garantir que todos os cidadãos recebam tratamento igualitário e justo, independentemente de suas condições pessoais.
A Importância da equanimidade na superação da hostilidade é central em “Filadélfia”. O personagem de Joe Miller, que inicialmente compartilha da aversão comum da época, evolui ao longo do filme, mostrando que o contato e o entendimento são fundamentais para vencer a ignorância e a intolerância. Ao decidir representar Andrew, Joe coloca a ética e a verdade acima de seus próprios medos. Este desenvolvimento não só reforça a mensagem do filme sobre a necessidade de combater a discriminação, mas também sugere que a igualdade só pode ser alcançada quando os indivíduos dentro do sistema jurídico estão dispostos a desafiar suas próprias crenças e a defender os direitos de todos os cidadãos com imparcialidade e equidade.
Recomendado especialmente para estudantes de Direito, “Filadélfia” é uma obra essencial para compreender a aplicação prática dos princípios de justiça. O filme não só ilustra a relevância da luta contra a exclusão e a repressão no sistema jurídico, mas também destaca o papel crucial dos advogados em defender os direitos humanos e promover a justiça social. Ao assistir a este filme, futuros juristas poderão refletir sobre suas responsabilidades morais e o impacto de suas ações na construção de uma população mais justa e igualitária.
Por João Gabriel Balbino
Aluno do 4º semestre de Direito
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